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Pacientes denunciam suposta dentista após complicações em procedimentos estéticos

Segundo apurado por um portal de notícias, a profissional não está registrada no conselho de odontologia. Uma fiscalização realizada pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte fechou a clínica após constatar irregularidades. Por conta de complicações, pacientes denunciam suposta dentista e pedem justiça. 
Rafael Alves
22 março, 2024

Uma dentista de Belo Horizonte está sendo investigada pela Polícia Civil sob suspeita de estar envolvida em mais de dez casos de infecções após procedimentos de lipoaspiração na região da papada. Insatisfeitos com o resultado, pacientes denunciam suposta dentista após complicações e até o momento dez pessoas já fizeram reclamações contra a profissional. 

De acordo com o Conselho Regional de Odontologia, a profissional não possui registro válido e após visita da Vigilância Sanitária, teve sua clínica fechada. 

Em suas redes sociais, mais de 12 mil pessoas acompanham as publicações da doutora que se apresenta como especialista em lipoaspiração de papada e bichectomias, cirurgia que remove gordura das bochechas, e em um dos vídeos publicados ela afirma já ter realizado cerca de dois mil procedimentos. 

Uma das pacientes, que preferiu não ser identificada, revelou a um portal de notícias ter conhecido o trabalho da dentista através das redes sociais, e ao confiar no que estava sendo divulgado, resolveu realizar o procedimento cirúrgico. A busca pela melhora da aparência e elevação da auto estima acabou virando um pesadelo rapidamente. 

Pacientes denunciam suposta dentista
Foto: arquivo pessoal paciente

“Sempre tive um grande problema com a minha papada. Nem foto eu tirava. Estou arrasada, com crise de ansiedade, mal consigo dormir”. 

Com medo de como estava ficando a região abaixo do maxilar, inchaço e com muitas dores, a paciente procurou ajuda médica, onde foi diagnosticada uma infecção grave que a levou para internação. A paciente já foi submetida a duas cirurgias e se prepara para a realização da terceira. 

Pacientes denunciam suposta dentista com registro desativado

Diversas outras mulheres que também foram operadas pela dentista com o mesmo procedimento de remoção da gordura na bochecha, relataram experiências semelhantes, com as mesmas reclamações de problemas no pós-operatório. A maioria delas foi atraída pela publicidade e pagou em média R$ 2,2 mil pelo procedimento, além de um pacote de acompanhamento pós-operatório.

Um outro paciente afirma ter sido bloqueado pela dentista nas redes sociais após tentar contato para informar sobre problemas pós-operatórios. O paciente comentou que precisa tomar 15 tipos diferentes de antibióticos para tentar controlar a infecção. 

Após exames, as vítimas foram identificadas com uma bactéria altamente resistente que pode estar associada à contaminação por materiais mal esterilizados ou manipulados. O tratamento nesses casos pode envolver o uso de medicamentos por até um ano e meio com risco de sequelas. 

No site do Conselho Regional de Odontologia  (CRO-MG) a doutora esta registrada com outro nome, diferente do que ela utiliza para se promover e sua inscrição é provisória desde abril de 2022 e que se encontra “desativada”. Em casos assim, o CRO afirma que este tipo de inscrição é suspensa pois a profissional não teria apresentado seu diploma no prazo estipulado que é de seis meses. 

Após as denúncias, a clínica odontológica foi inspecionada pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte, que encontrou diversas irregularidades, incluindo problemas na esterilização dos instrumentos e falta de materiais adequados.

Em resposta às acusações, a assessoria da dentista afirmou estar colaborando com as autoridades competentes e destacou a falta de um laudo conclusivo sobre as causas das infecções, sugerindo a possibilidade de contaminação cruzada entre pacientes na sala de espera.

Como se proteger de complicações em procedimentos estéticos

Intercorrências podem ocorrer em qualquer procedimento, inclusive os realizados na face ou próximo a ela. Embora não sejam frequentes, é necessário tomar alguns cuidados para que evite qualquer complicação durante e no pós-operatório. Os principais riscos são: sangramento, infecção, inchaço prolongado, comprometimento do nervo facial ou do ducto salivar, entre outros. 

Todos os riscos devem ser informados ao paciente, que deverá assinar o termo de consentimento antes de iniciar o procedimento.

Os profissionais de saúde devem estar atentos ao uso adequado de seus equipamentos de proteção, como jalecos e aventais, os quais devem ser utilizados exclusivamente no ambiente de trabalho e nunca em áreas públicas, refeitórios ou mesmo em áreas não clínicas das unidades de saúde.

A utilização inadequada desses equipamentos pode resultar no transporte de bactérias resistentes para fora das unidades de saúde, aumentando o risco de doenças na população.

Considerando que os profissionais de saúde frequentemente lidam com materiais biológicos, os riscos de contaminação são significativamente elevados.

Como paciente é necessário que seja averiguado com precisão todos os dados do profissional que irá realizar o procedimento. Estar ao lado de profissionais habilitados e qualificados é essencial para que todo o processo seja seguro e com o menor risco de complicações. 

Também é importante não se deixar levar por promessas milagrosas e preços muito abaixo do valor cobrado no mercado. Em muitos casos, a suspeita dessas práticas podem evitar ocorrências graves que podem levar até a morte.

Rafael Alves
Editorial
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